Em 1969 estávamos em plena guerra fria.
Os Estados Unidos da América competiam com a União Soviética em várias
frentes, sendo uma delas a chamada “corrida espacial“. A
corrida espacial foi uma disputa entre estas duas superpotências tendo
como objetivo a supremacia na tecnologia e na exploração espacial. Essa
corrida espacial teve efetivamente início em 1957 com o lançamento por
parte da União Soviética do primeiro satélite artificial a orbitar a
Terra, o Sputnik 1. Os soviéticos começaram a liderar a corrida
espacial, sendo que em 1961 enviaram o primeiro homem para o espaço,
Yuri Gagarin. Entretanto, os norte-americanos iam tentando recuperar a
desvantagem que tinham em relação aos soviéticos. Durante alguns anos
foram-se sucedendo lançamentos de satélites artificiais e missões
espaciais tripuladas ao redor da Terra por parte destas duas
superpotências.
Nesta corrida espacial, a Lua passou a ser um alvo bastante importante. Para isso, os Estados Unidos da América criaram o Programa Apollo, que tinha como objetivo levar o primeiro homem à Lua. Esse objetivo foi concretizado no dia 20 de Julho de 1969 através da missão Apollo 11.
Entretanto o Programa Apollo continuou até 1972, tendo levado ao todo
12 homens a pisar o solo lunar em 6 missões bem sucedidas. Os
norte-americanos ganhavam assim a corrida espacial aos soviéticos, que
nunca levaram nenhum dos seus homens até à superfície da Lua.
Atualmente existe um número
significativo de pessoas que colocam em dúvida a ida do Homem à Lua,
defendendo que tal não passou de uma farsa, uma mentira inventada pela
NASA, talvez mesmo a maior fraude do século XX. Para isso apontam para
supostas provas que podem ser obtidas nos vídeos e nas fotos que a NASA
disponibilizou relativamente às missões espaciais tripuladas na Lua. Uma
análise séria e honestas às objeções dos conspiracionistas, revela que
não temos muitos motivos para duvidar que de fato o homem pisou o solo
lunar.
Vamos de seguida ver algumas supostas
“provas” apresentadas pelos conspiracionistas e demonstrar onde elas
falham. A lista não é exaustiva mas representa várias das principais
objeções que supostamente demonstram que o homem não foi à Lua.
– “A bandeira dos Estados Unidos move-se devido ao vento, mas na Lua não existe vento.”
– Este é uma das objeções mais conhecidas. Os conspiracionistas dizem
então que esta filmagem foi realizada na Terra (onde existe vento). O
problema neste raciocínio, é que de fato a bandeira não se está a mover
devido ao vento. A bandeira move-se apenas na sequência dos astronautas
estarem a mexer nela, e não devido ao vento. O movimento da bandeira
continua ainda durante algum tempo depois dos astronautas a terem
movimentado, porque não existe a resistência do ar que a faria parar
esse movimento logo de seguida. Mas pouco tempo depois dos astronautas
manusearem a bandeira, esta acaba mesmo por ficar imóvel. O fenómeno do
movimento da bandeira na Lua é claramente explicado pela lei da inércia.
A bandeira possui uma haste vertical e um suporte horizontal que a
mantêm aberta. A bandeira depois de parar o seu movimento mantém-se
enrugada, e assim permanece devido à falta da existência de ar na Lua.
– “Na Lua a única fonte de luz é
o Sol, como tal nas fotos e nos vídeos não deveríamos de ver regiões de
penumbra. Para além disso, dado que existe apenas uma fonte de luz, as
sombras na Lua deveriam de ser paralelas.” – Este é mais um
famoso equívoco apresentado pelos conspiracionistas. Na Lua, o Sol é
realmente a principal fonte de luz, porém não é a única. A luz do Sol
reflete também no solo da Lua, no Módulo Lunar que levou os astronautas,
e nos próprios astronautas, fazendo com que existam várias fontes de
luz. Isso explica a existência de regiões de penumbra nas fotos e também
aí reside em parte a explicação das sombras não paralelas. Para além
disso, o fato das sombras não serem paralelas também se deve ao fato da
superfície lunar ser irregular, e ainda ao fato das imagens serem
representações bidimensionais de um cenário tridimensional, sendo
portanto também um caso de perspectiva.
– “O Módulo Lunar deveria de ter
criado uma cratera no solo da Lua, mas as fotos comprovam que não
existe nenhuma cratera debaixo do Módulo Lunar.” – Aqui a questão crucial é: Será que deveria mesmo de existir uma cratera?
Não, não deveria! Na Lua não existe atmosfera, isso faz com que os
gases que saíram do Módulo Lunar rapidamente se dissiparam no vácuo não
exercendo pressão suficiente na superfície da Lua para criar uma
cratera.
– “Nas fotos que a NASA disponibilizou, não aparecem as estrelas.”
– As máquinas fotográficas que os astronautas levaram para a Lua tinham
um tempo de exposição muito curto, o que impossibilitava que luzes
fracas como as das estrelas ficassem nas fotos. O objetivo da missão da
ida do homem à Lua não era obter fotos das estrelas (que podem ser
vistas a partir da Terra), pelo que os equipamentos não tinham sido
preparados para isso. Tal situação também acontece connosco: quantas
vezes já tiramos fotos durante a noite e verificamos que as estrelas não
aparecem nas fotos? (dependendo da máquina fotográfica).
– “A radiação do Cinturão de Van
Allen deveria de ter matado os astronautas que atravessaram essa região
que rodeia o nosso planeta.” – O Cinturão de Van Allen de fato
existe e é criado pelo campo magnético da Terra, protegendo o nosso
planeta de partículas de alta energia. A NASA de fato levou isso em
consideração nas missões espaciais tripuladas para a Lua, nomeadamente
ao nível do Módulo de Comando, do Módulo Lunar e nos fatos espaciais
utilizados pelos astronautas. A proteção para passar pelo Cinturão de
Van Allen é relativamente simples de implementar, pelo que é um problema
fácil de ser resolvido. Não é, de forma alguma, uma situação que
pudesse impedir o ser humano de chegar à Lua.
De fato, os argumentos dos
conspiracionistas são desmentidos por evidências lógicas e científicas.
Os conspiracionistas também parecem ignorar as evidências que apontam a
realidade da ida do Homem à Lua.
Colocando a ida do Homem à Lua no seu
contexto histórico, podemos facilmente concluir que se tal tivesse sido
uma farsa, a União Soviética teria todo o gosto de expôr os Estados
Unidos ao ridículo, desmentido os norte-americanos. Mas tal desmentido
por parte dos soviéticos nunca aconteceu. Os soviéticos de fato sabiam
que a NASA não tinha criado uma fraude. No mesmo dia em que a Apollo 11
levou os primeiros astronautas à superfície da Lua, a sonda soviética
Luna 15 também estava em missão na Lua (era uma missão não tripulada),
tendo falhado a sua missão caindo na superfície lunar. A Luna 15 tinha
como objetivo pousar na Lua, recolher amostras de rocha e regressar à
Terra com essas amostras rochosas. Essa missão falhou no seu objetivo. A
Apollo 11 e a Luna 15 foram duas missões à Lua realizadas em simultâneo
pelos norte-americanos e pelos soviéticos, respetivamente. Os
soviéticos nunca sugeriram que os norte-americanos tinham mentido em
relação à missão da Apollo 11.
Os vídeos e as fotos obtidas nas viagens
do Homem à Lua foram analisados por milhares de especialistas que os
aceitaram como autênticos. Certamente que esses especialistas possuem
conhecimentos mais aprofundados e válidos sobre o assunto do que os
“teóricos da conspiração” que pensam que conseguem encontrar erros
óbvios nesses mesmos vídeos e fotos.
Aqui é legítimo colocar uma questão aos
defensores da teoria da conspiração: Será que a NASA, com todos os seus
cientistas e especialistas nas mais diversas áreas (inclusivamente
especialistas em imagem), depois de tanto trabalho minucioso para criar a
“maior farsa do século XX”, deixaria passar erros óbvios à cerca dos
quais qualquer pessoa poderia dar conta? Pois… essa hipótese parece no
mínimo absurda.
Para além de tudo isso, existe um grande
número de testemunhas que puderam comprovar que o Homem foi à Lua. Para
além dos astronautas, muitos trabalhadores que participaram no
desenvolvimento deste programa espacial puderam seguir de perto todo o
processo que culminaria com a ida do Homem à Lua. Como se isso não
bastasse, qualquer pessoa que na época possuísse o equipamento adequado,
poderia inclusivamente receber os sinais de rádio que eram transmitidos
da Lua para a Terra. Aliás, isso aconteceu com um grande número de
astrónomos profissionais e amadores que receberam essas transmissões e
puderam constatar que vinham da Lua.
Em jeito de conclusão: num lado temos
muito milhares de testemunhas, cientistas e não cientistas, que de uma
forma ou de outra têm o conhecimento necessário para afirmar que o Homem
foi mesmo à Lua. Os próprios adversários dos norte-americanos
(nomeadamente os russos), com todos os seus cientistas e especialistas
nas mais diversas áreas não ousaram sugerir que a ida do Homem à Lua
tinha sido uma farsa. Para além disso, todas as objeções dos
conspiracionistas são facilmente explicadas pela ciência. Então, não
temos base sólida para confiar nos conspiracionistas que criam sites e
vídeos no Youtube sobre “a farsa da ida do Homem à Lua“, ou “a mentira da viagem do Homem à Lua“, ou “a grande fraude do século XX“, entre outros.
Então, a “história” do Homem na Lua é verdade ou mentira? Pelo
exposto neste artigo, creio que podemos com segurança dizer que a
resposta a essa pergunta é: Verdade!
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