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Justiça Comunitária acompanha idosos resgatados no Ribeirinho Cidadão

Integrantes da Justiça Comunitária, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, visitaram os idosos Abílio Rodrigues da Silva e André Rodrigues da Silva, de 84 e 86 anos, respectivamente, que foram resgatados pelo Ribeirinho Cidadão, no município de Santo Antônio de Leverger, em condições subumanas de abandono, em meio a vermes, lixo e sem comida. Nesta semana, a agente comunitária Nilza Campos e a assessora Tatiane Guerra foram até a casa do irmão deles, Martinho Francisco da Silva, no bairro CPA, em Cuiabá, e verificaram que a condição de vida dos idosos melhorou consideravelmente depois que a família os retirou do casebre onde viviam, no Vale Abençoado.
“Para mim, está tudo bom”, disse Abílio. “Foi bom isso que aconteceu, senão não estávamos aqui. Estou feliz”, contou André. A aparência dos irmãos está mais sadia, sentem-se amparados e estão se alimentando corretamente, fazendo acompanhamento médico, tomando os remédios para pressão, diabetes e analgésicos adequadamente.
“É uma diferença muito grande. Percebemos que a feição deles é outra, de estar perto da família, de estar sendo bem cuidado, se alimentando direito. Se tivessem continuado naquela situação, talvez não estariam vivos”, observou Tatiane Guerra, assessora da Justiça Comunitária.
A servidora do Tribunal de Justiça destacou também a importância da continuidade no atendimento aos idosos, demonstrando que o Ribeirinho Cidadão, vinculado à Justiça Comunitária, acompanha o caso de perto com o objetivo de garantir a integridade dos direitos dos idosos e a preservação da vida.
“O projeto não parou lá. E o Judiciário que continua acompanhando essas pessoas e conscientizando a família de que não estamos aqui para penalizar, mas para ajudá-los”, frisa.
Na visita, a equipe questionou como está o recebimento da aposentadoria dos idosos, quem estava recebendo os benefícios, quanto repassavam a eles, como está a documentação e quais providências irão tomar para regularizar a situação. Além disso, a família foi esclarecida sobre o andamento do processo judicial que apura o suposto desvio do benefício previdenciário.
Os familiares negaram que Abílio e André estivessem totalmente abandonados. Disseram aos integrantes da Justiça Comunitária que os dois não concordavam sair da propriedade do Vale Abençoado e que foi até difícil convencê-los a voltar para Cuiabá.
“A saudade não acaba. Fiquei um pouco aborrecido porque ficaram meus cachorros, as galinhas, as criações que a gente tem. Lá era sossegado, sem barulho. Mas ficar perto da família também é bom”, ressaltou André.
O irmão que está cuidando dos idosos junto com a família contou que não podia mais ir visitar Abílio e André por conta de limitações da própria saúde. Ele também é idoso, tem 80 anos de idade, e sofre de uma hérnia e dores na coluna, de modo que a locomoção é bastante limitada. Além disso, a filha dele que estava mais à frente dos cuidados com os tios idosos faleceu há 15 dias.
O plano da família agora é construir uma casa em um terreno que possuem, ao lado da residência de um dos sobrinhos dos idosos, no bairro Altos da Serra, e depois trazer os animais, que poderão ser criados na área mais espaçosa e apropriada do que a casa do irmão Martinho.

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